Clarice Maia Scotti

minhas notas sobre o social media brasil

(ok, não sou muito criativa para títulos de posts)

então que eu fui ao encontro de social media que rolou este fim de semana em são paulo. vou tentar deixar notas breves em vez daqueles relatos gigantescos.

• foi fraco, bem aquém da minha expectativa (que já nem era tããão alta). entendo que falhas acontecem, mas não entregar uma versão impressa da programação (e ainda tirar ela do site logo depois do evento!) e montar um coffee break pra 650 pessoas num lugar do tamanho da obra são algumas falhas básicas de organização. perdoáveis se o conteúdo oferecido fosse sensacional, mas nem por isso não vou citar, certo?

• acho que faltou definir qual seria o público pretendido do evento. para aqueles que ouviram falar em mídias sociais e querem conhecer melhor essa novidade, pode ter sido até bem bom. mas pra quem já conhece ou trabalha com ou simplesmente é hard user (o que eu acredito ser a maioria do público, vide a quantidade de arrobas) foi um festival de redundâncias. ok, a palestra do edney foi uma boa introdução e levou o tempo certo, mas eu esperava um aprofundamento maior a partir dali...

• em vez de sete caras duma vez no palco cada um mostrando as funcionalidades de sua rede social (ensinar o que são updates de amigos me deu vergonha alheia!), com um tempo mínimo pra falar algo mais aproveitável, podiam ter pensado em stands (talvez até "virtuais", em forma de tótens) para esse fim. quem não conhece conheceria muito melhor e quem já conhece não perdia seu tempo.

• faltou adequar a forma ao conteúdo. estamos falando de mídias sociais, interação frenética, relevância, utilidade, colaboração e pelo menos no primeiro dia, nada disso foi aplicado ao próprio evento. achei o formato engessado e careta (talvez eu tenha ficado mal acostumada por causa do cafofo do luli no interact). no segundo dia houve uma tentativa, que se fosse um case seria #fail total: o palestrante chama ao palco os twitteiros que falaram mal e em vez de dar a eles a palavra, pedir a opinião e a sugestão deles, joga uma perguntinha sem-vergonha sobre o que eles fariam em mídia social para a telefônica hoje, como quem diz "já que você critica tanto vem aqui e faz melhor". e eu me pergunto: alguma ação criada assim no susto, sem briefing, sem dados, sem tempo, para um produto problemático e sob 650 olhares críticos teria a mínima chance de ser boa? se fosse um feedback de um consumidor sobre uma ação, chamar ele a público para ridicularizá-lo iria contra tudo que estava sendo dito sobre trasparência, respeito e confiança. fosse eu um pouco mais cara de pau teria mando o palestrante cagar (lá da minha cadeira, eu não fui chamada ao palco).

• as mídias sociais são uma revolução em termos de formato, de possibilidades, de segmentação, de engajamento e relacionamento com o consumidor, mas algumas coisas não mudam, gente! desde que existe propaganda existe a necessidade de se conhecer o problema do cliente, a sua realidade, suas expectativas, avaliar sua verba, fazer um estudo de mídia, ter um plano de monitoramento e gerenciamento de riscos, etc etc etc. isso podia estar impresso no verso da programação com o alerta "ó, isso não mudou, vamos falar aqui só do que é diferente, ok?" (ops, esqueci, não tinha programação...)

• eu já falei aqui no blog que não tenho nada contra cases. case como ponto de partida para a discussão não é problema algum, mas montar a palestra com base só no portfolio não dá! assistiria feliz demais palestras com uma descrição detalhada do processo de criação e implentação do case, desde o briefing até os resultados, mostrando os problemas encontrados e suas respectivas soluções. como até foi o doritos, mas aí seria mais legal se mostrassem alguns que a gente já não sabe de cor, né? ou que pelo menos tivessem um desafio maior do que gerar buzz sobre um produto que já tem uma legião de fãs.

• teve um que declarou lá no palco: "sobram clientes corajosos mas faltam agências para atendê-los". tive que rir e não fui a única! venha trabalhar com isso em minas gerais, filho, ou indique esse tanto de cliente modelo pras boas agências que temos aqui. pensar fora da caixa-são-paulo também é importante!

• pra não dizer que só falei mal, adorei as apresentações do gustavo fortes e do marcelo tripoli e os painéis sobre busca e sobre widgets. tinha mais gente ali tb que parecia ter bastante conteúdo bom pra passar, mas não soube como, uma pena. dizem que a do cara da tecnisa também foi muito boa, mas como a cerveja foi até de madrugada na véspera, não foi possível pra mim.

• também foram produtivas demais as conversas nos coffee breaks e no buteco de sexta. (apesar de a interação ter sido meio fraca, já que nem nossa tag-de-papel gigante na mesa ajudou a angariar algum desconhecido interessado em network. mas enfim, eu também sou tímida e não posso criticar ninguém por isso...) considerando que as conversas derivaram das palestras, pode-se dizer que analisando a big picture foi um fim de semana que valeu a pena demais.

• eu ainda tenho fé nas pessoas e espero que se alguém da organização ler isso encare como crítica construtiva. entendo que era um desafio e uma novidade, não tenho a receita para um evento de sucesso e estou apenas dando meu feedback. mas nada disso me faria hesitar em ir de novo se (quando) houver uma segunda edição.

• talvez eu lembre mais coisa pra pôr aqui e acrescente depois, mas por enquanto é só pessoal. desculpem mas tô muito cansada pra botar links nos textos, mas dá pra catar muita informação do evento, inclusive as apresentações, no search do twitter.

(• ai, gente, aquela fnac é tudo de ótimo, não? acho que eu poderia ficar lá dentro por semanas!)

update:

• a quem interessar, no site do evento já tem as apresentações, fotos, vídeos e links para posts.

Postado por Clarice, domingo, junho 07, 2009.
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minhas (nada curtas) notas sobre o #meganão ao #ai5 digital em bh

o ato público contra o ai5 digital ontem em bh foi um sucesso. excelentes apresentações, teatro lotado, muita gente querendo participar e dar os seus 2 centavos, mas infelizmente o tempo era curto. apesar de alguns comentários da platéia serem realmente interessantes e pertinentes, muitos se alongaram demais. uma coisa coisa que me ocorreu foi que nos próximos os comentários deviam ser no formato twitter, 140 caracteres e só (eheheh). outra idéia foi que o movimento podia criar uma comunidade no ning pra todo mundo poder compartilhar essas experiências com o devido espaço. ficam as idéias...

enfim, vamos ao evento.

na porta tinha uma turma de simpatizantes do projeto distribuindo um papel tosco dizendo que tudo o que se atacava no projeto era mentira. o papel era tão mal escrito e bagunçado quanto o próprio projeto, e não foi difícil para a mesa desconstruir cada argumento. inclusive é curioso que os caras foram convidados a entrar no evento, até a participar da mesa e expor seus pontos de vista, mas ninguém aceitou. fácil imaginar o motivo, né?

antes de o debate começar, o pedro paulo cava, dono do teatro, foi convidado a dizer algumas palavras. ele reiterou a importância do debate democrático e o fato de o teatro estar de portas abertas para o azeredo caso ele se interesse em debater com o público.

ele também contou uma história pessoal importante para ilustrar como pode ser perigoso esse vigilantsmo na internet. segundo ele, há algum tempo atrás ele recebeu um email criticando a secretária estadual de cultura, que vinha desagradando sistematicamente a classe artística com suas decisões questionáveis. como qualquer ser humano engajado com suas causas, ele reencaminhou o email para sua lista de contatos. à noite, foi surpreendido por um oficial da polícia que queria, sem qualquer documento legal, intimá-lo a depor na delegacia e promover uma busca em seu apartamento e em seu computador! por reencaminhar um email! acabou que a ameaça de exposição de tamanha arbitrariedade fez com que ele fosse tratado como "testemunha" e não como "réu", mas não é difícil imaginar o que poderia acontecer se esse projeto do azeredo estivesse em vigor! e não custa relembrar que o tal email criticava uma secretária do governo aécio...

introdução

a apresentação começou com a fala do sérgio amadeu, que falou brevemente sobre as diferenças básicas entre a internet e os meios de comunicação de massa. enquando estes produzem e enviam um conteúdo "pronto" pra consumo, aquela se baseia na troca, na interatividade, e nem mesmo seu formato pode ser considerado "pronto" pois está em constante evolução. não apenas os conteúdos, mas as interfaces, tecnologias e protocolos que constituem a internet estão em constante mudança e aprimoramento pelos seus usuários. isso incomoda aos conservadores, que não têm mais o controle, já que a internet prima pela liberdade.

é claro que ninguém defende que, por isso, a internet deva ser uma selva, uma terra de ninguém, mas para não matar sua própria essência, "é preciso buscar o equilíbrio entre liberdade e controle, privacidade e vigilância, anonimato e segurança". esse é o maior perigo do PL do azeredo. o projeto é tão extremamente amplo e mal-escrito que transforma em criminosas pessoas que instalam o windows que compraram em outro computador que não aquele em que ele veio originalmente (ainda que desinstale do primeiro), transferem músicas de um cd para um mp3 player para consumo próprio e baixem filmes para assistir em casa e apagar depois.

a quem interessa a aprovação do PL do azeredo?

foram apontados quatro alvos principais do projeto:

1) a pedofilia
todos os debatedores foram unânimes em dizer que a pedofilia já é crime, e que ela acontece no mundo real, não na internet. quem quer realmente combater a pedofilia deve ir às ruas, onde ela está. inclusive o túlio vianna fez a observação fundamental: não é caminhoneiro que compra virgindade de criança. quem faz isso é o peixe grande, o empresário, o político. por isso combater a pedofilia é tão difícil, e ao mesmo tempo é tão importante pra eles fingirem que estão preocupadíssimos e tomando atitudes.

2) a pornografia infantil
outro crime que já existe e possui legislação própria, a lei nº 11.829, de 25/11/2008, uma alteração da lei de 1990 adequada à nova realidade proporcionada pela internet. vale lembrar que um participante da platéia, em outro momento, atentou para o fato de ser muito mais importante e produtivo fazer cumprir as leis já existentes do que criar novas leis para os mesmos crimes.

3) as fraudes bancárias
as fraudes ocorrem porque os sistemas de segurança bancários são falhos. hoje em dia, é financeiramente vantajoso para os bancos continuar apenas indenizando os clientes vítimas de fraudes que vão atrás dos seus direitos (sim, há os que não vão e o banco acha ótimo), em vez de investir em sistemas realmente seguros, como a assinatura digital. os defensores da PL do azeredo alegam que a criminalização dos fraudadores coibiria esse tipo de crime, mas esquecem que: 1) o criminoso de verdade vai continuar sabendo burlar a segurança pífia que os bancos oferecem hoje, e 2) estelionato, roubo e afins tb já são crimes, e se não são punidos hoje não será essa lei que fará com que sejam. enfim, é bom não esquecer que os bancos, os donos do dinheiro, têm muito interesse na aprovação dessa lei, e esperam que ela ajude a empurrar para mais o longe possível o inevitável momento em que eles terão que gastar uma bela grana em um sistema de segurança de verdade.

4) a pirataria
esse pode não ser o pior crime, mas é na minha opinião o ponto mais polêmico, pois é o que criminaliza praticamente 100% da população com acesso à internet (ainda mais agora que vi que até o senado tem seu diretório de "cultura alternativa", nem o próprio azeredo se safaria dessa). para começar, o idelber avelar afirmou haver aí o que ele chama de abuso terminológico: o termo "pirata" remete àquela imagem dos salteadores dos mares, que roubam, matam e não possuem escrúpulos nem caráter. além disso, a definição de pirataria aplicada à violação de copyright implica em ganho material, que não é o que ocorre na internet, onde vemos as redes peer-to-peer possibilitando trocas de arquivos entre os usuários. o uso de obras protegidas por copyright para fins lúdicos e não-comerciais é legítimo, e é posto em risco por esse PL. (não por acaso, ao imaginar a tentativa de criminalizar todos que fazem esse uso dessas obras, me veio à cabeça a lembrança do alienista de machado de assis...). vale lembrar que, mesmo sem essa lei em vigor, a APCM conseguiu tirar do ar sites, blogs e comunidades de compartilhamentos de músicas, filmes e legendas.

outro ponto de vista interessante foi levantado pelo túlio vianna. ele disse que fica indignado com esses discursos antipirataria que comparam a cópia de um dvd ao roubo de um carro. copiar é diferente de roubar, pois não implica em subtração, o objeto copiado permanece intacto. assim como ele não vê problema em copiar dvd, ainda acrescentou bem-humorado: "se eu tivesse como copiar um carro, eu copiava também!"

finalmente, derrubando o argumento emocional de que a "pirataria" prejudica o artista, fica o registro: muitos autores de livros disponíveis para download gratuito em pdf não veem diminuição nas vendas do mesmo livro em papel. e músico ganha dinheiro é com show, não com venda de cd, que enriquece é a gravadora. eu mesma já recebi comentários e emails de artistas de outros estados, cujos álbuns eu disponibilizei pra download em outro blog, agradecendo pela divulgação do trabalho deles!

alguns trechos do projeto, destacados pelo sérgio amadeu

(...)
I – dispositivo de comunicação: qualquer meio capaz de processar, armazenar, capturar ou transmitir dados utilizando-se de tecnologias magnéticas, óticas ou qualquer outra tecnologia;
II – sistema informatizado: qualquer sistema capaz de processar, capturar, armazenar ou transmitir dados eletrônica ou digitalmente ou de forma equivalente;
(...)


como bem disseram ontem, por essa descrição até um tacape pode ser considerado dispositivo de comunicação...

"Art. 285-A. Acessar, mediante violação de segurança, rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, protegidos por expressa restrição de acesso.

Art. 285-B. Obter ou transferir, sem autorização ou em desconformidade com autorização do legítimo titular da rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, protegidos por expressa restrição de acesso, dado ou informação neles disponível."


"o ato comum e corriqueiro de passar uma música de um cd para um pendrive se tornará crime, se isto estiver em desconformidade com autorização do legítimo titular do dispositivo de comunicação" (sérgio amadeu)

também são transformados criminosos milhares de fansubbers e criadores de fanfics, além de pôr sob suspeita todo tipo de rede p2p.

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Se o dado ou informação obtida desautorizadamente é fornecida a terceiros, a pena é aumentada de um terço.


não lembro quem comentou sobre a pena descabida: invadir uma casa, que é uma propriedade privada e física, atualmente dá de um a três meses de reclusão!

Art. 22. O responsável pelo provimento de acesso a rede de computadores mundial, comercial ou do setor público é obrigado a:
I – manter em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de 3 (três) anos, com o objetivo de provimento de investigação pública formalizada, os dados de endereçamento eletrônico da origem, hora, data e a referência GMT da conexão efetuada por meio de rede de computadores e fornecê-los exclusivamente à autoridade investigatória mediante prévia requisição judicial;
§ 1º Os dados de que cuida o inciso I deste artigo, as condições de segurança de sua guarda, a auditoria à qual serão submetidos e a autoridade competente responsável pela auditoria, serão definidos nos termos de regulamento.


antes de mais nada: esse "regulamento" ainda não existe! ninguém sabe ainda o que pode ser determinado por ele! essa lei promove insegurança jurídica, aumenta o custo das comunicações e ainda cria um mercado de auditorias, inviável para pequenas e médias empresas, além de eliminar o direito à navegação anônima – o que pune apenas os cidadãos de bem, porque o mal-intencionado e criminoso consegue burlar facilmente essa vigilância!

vale lembrar a história contada, se não me engano pelo túlio, sobre o censo promovido na alemanha no início da era hitler. os alemães não viam problema em declarar sua religião, uma vez que esse seria apenas mais um dado estatístico a ser guardado pelo governo. o que aconteceu a todos que ingenuamente se delararam judeus é de conhecimento até do mundo mineral. por isso, vale a pena demais desconfiar de quam queira – ou pior, obrigue a – guardar seus dados particulares "apenas por precaução".

algumas notas importantes, pra finalizar

* ao contrário do que diz o tosco panfleto dos azeredistas, esse projeto é sim uma versão digital do AI5, pois transforma a exceção em regra e praticamente acaba com as redes abertas, o wifi, as redes comunitárias, os telecentros, etc, prejudicando gravemente os esforços feitos até hoje em direção à inclusão digital.

* "os artigos 285-A, 285-B e 22 são imprecisos, confusos e abrem espaço para a criminalização de cidadãos comuns e práticas saudáveis da cibercultura, são inócuos contra os criminosos, abusivos contra criadores e inovadores e arbitrários diante de cidadãos." (sérgio amadeu)

* o projeto não se presta a pensar e entender a revolução social, política e cultural possibilitada pela internet, se limitando a coibir e criminalizar o que porventura possa parecer ameaçador aos poderosos conservadores.

* a privacidade é um direito do cidadão, do qual este não deve nunca abrir mão!

finalmente (mesmo), agradeço demais a todos os debatedores por uma noite tão informativa e esclarecedora, em especial ao sérgio amadeu, que foi muito gentil ao me enviar por email o powerpoint que apresentou no evento.

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Saiba mais:
notas soltas sobre o mega não em bh (idelber avelar)
o que há de errado com o projeto azeredo? (túlio vianna)
ato contra ai-5 digital lota teatro da cidade em bh (vermelho.org)
entrevista com idelber avelar sobre o ai-5 digital no programa "mundo político" da tv assembleia-mg
talk show com com ronaldo lemos, sérgio amadeu e jomar silva sobre direito e intenet
impressões sobre o ato contra o ai-5 digital em bh (por frederico guimarães, no blog "trezentos")
sobre o ato público contra o ai-5 digital em bh (blog do c.i.s.c.o.)

atualização:
além de ter incluído alguns links no "saiba mais" logo acima, acho importante destacar que, nos comentários, o caribé informou a existência de uma comunidade sobre ciberativismo no ning. já me cadastrei e acho que todos que têm interesse no tema deviam cadastrar também, o ning é um ótimo lugar para centralizarmos as informações!

atualização 2:
olhando as estatísticas do blog, descobri que alguém chegou aqui por um link em um tópico na comunidade "juventude do psdb" sobre o ai5 digital. sim, você leu certo: juventude do psdb. e, talvez por estar tão acostumada a receber ataques e ofensas gratuitas, confesso que me surpreendi com uma bela discussão, acalorada, muitas vezes destemperada, mas recheada de argumentos para os dois lados. para os que sempre me acusam de petista xiita, taí: bato palmas para essa juventude que sabe questionar e não engole qualquer absurdo só porque veio do seu partido! eu precisava compartilhar isso.

Postado por Clarice, terça-feira, junho 02, 2009.
8 comentário(s).


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aécio neves e as mídias sociais, azeredo e o ai5 digital

hoje é um dia cheio.

agora está rolando uma palestra com vint cerf (vice-presidente mundial do google e considerado "pai da internet"), com o tema "o futuro da internet". infelizmente, não pude ir, mas tô tentando acompanhar o streaming e parece estar bem interessante.

também hoje, às 19h30, acontece o ato público em bh contra o ai5 digital. o link leva pro post aí embaixo, com maiores detalhes, mas vale repetir aqui o banner:



daí que ontem eu descobri um outro evento bem no meio desses dois, curiosamente ligado aos dois de alguma forma.

às 15h da tarde, nosso governador surfistinha vai promover um encontro com o vint cerf e uma série de blogueiros convidados. cerca de 50 blogueiros. sei que o interney (considerado ícone dos blogueiros) e o juliano spyer vão, mas não sei o resto, nem quantos desses convidados são mineiros.

pelo que entendi, o propósito é a assinatura de um protocolo de intenções entre o governo de minas e o google para uso da tecnologia da empresa nas escolas estaduais e a promoção da inclusão digital.

idéia ótima, se funcionar baterei palmas, mas – podem me chamar de paranóica – não engulo isso não!

o juliano spyer escreveu:

"O que na verdade está acontecendo - e não vejo nenhum problema nisso, ao contrário - é uma demonstração pública de que o governador presta atenção na internet, sente que esse será um elemento importante para quem for disputar a presidência em 2010 e quer se familiarizar mais com o assunto conversando com quem vem realizando ações na área, tanto no âmbito acadêmico como empresarial."

concordo, e tb não veria nenhum problema nisso, não fosse o governador o maior praticante da censura e da intimidação da livre imprensa no estado nos últimos tempos e, ainda, companheiro de partido do eduardo azeredo, autor do fatídico projeto de lei que pretende censurar a internet e criminalizar boa parte de seus usuários!

está claro e cristalino para mim que muita coisa nessa história não faz sentido!

por vários motivos, não pude ir atrás de mais informações como eu gostaria e nem mesmo me dedicar a formular melhor minha desconfiança, mas tb não podia deixar isso passar em branco e fiz esse post às pressas.

parece que tb vai ter o streaming desse evento aqui. por favor, ouçam. mas ouçam com critério, questionem, pensem! e se alguém que lê isso estiver lá e tiver a chance, por favor, pergunte a opinião do aécio sobre o pl do azeredo.

e claro, às 19h30, bora todo mundo pro teatro da cidade!

Postado por Clarice, segunda-feira, junho 01, 2009.
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