marcelo tas e a publicidade no twitter
quem usa o twitter dificilmente deve ter escapado da discussão sobre o "twit pago" do marcelo tas. um mimimi sem fim, gente dizendo que o cara vendeu a alma pro capeta e outras infantilidades tamanhas que eu nem dei minha opinião por lá, achei que seria um desperdício dos meus valiosos 140 caracteres.
mas aí ontem eu ouvi esse podcast com uma entrevista com o marcelo tripoli, da agência ithink, que planejou a campanha, e fiquei devaneando e resolvi tentar parir um post. porque ele explica o conceito da campanha (de novo, aliás) e é uma idéia bem bacana, que não tem absolutamente nada de antiético, como muitos paladinos da moral e dos bons costumes tanto acusaram.
eu que acompanho o marcelo tas e não fiz a bobagem de parar posso atestar que a proposta tem sido cumprida. não há babação de ovo do produto nem nada que abale a credibilidade do jornalista, apenas uma pequena hashtag indicando que aquele link indicado será bem melhor experienciado (existe esse verbo?) se você tiver uma bela banda bem larga. hashtag esta que só faz sentido pra quem procura saber mais, quem tá por fora continua recebendo um twit como muitos outros que o tas sempre mandou. nada invasivo, nada artificial, nada demoníaco.
pra variar, acabei me alongando no que deveria ser apenas a introdução. o fato é que, como publicitária que trabalha com mídias sociais, eu achei essa campanha fantástica! é claro que eu também odeio spam, por email, twit ou uoréva, mas daí a condenar toda e qualquer publicidade que use essas mídias é não apenas uma burrice, mas também um contra-senso. pois se trabalho numa agência que planeja ações em mídias sociais, é gratificante ver que é possível desenvolver uma ação que use o twitter com credibilidade, transparência e conteúdo relevante.
é uma revolução? não sei, eu diria que é uma evolução. uma evolução que beneficia a todos. não vejo porque o marcelo tas pode "ofender" algum seguidor ao aceitar participar dessa ação mais do que a xuxa poderia ofender seu público tentando nos convencer, na tv, que ela usa monange (alguém aí realmente acredita nisso?). a diferença é que no caso do twitter o link para o unfollow está ali na sua cara, ninguém é obrigado a receber qualquer conteúdo que não queira. os menos radicais também têm toda a facilidade para interagir com o emissor da mensagem, seja com dúvidas ou críticas (pena que muitos não saibam fazer isso de forma civilizada, mas aí a questão é outra).
eu, particularmente, espero ver outras ações criativas como essa. não tenho a ilusão de que a horda do mimimi vai compreender isso tudo que eu falei, mas felizmente o unfollow taí pra eles também.
Postado por
Clarice, domingo, abril 05, 2009.
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